4 a 5 anos Gramática
Guia pais e educadores Imprimir

Desenvolvimento das cláusulas

As crianças aprendem a expandir e ampliar os enunciados, ou seja, aprendem a fazer construções mais complexas.
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Agora fala frases mais longas

O vocabulário e as estruturas gramaticais já conquistadas facilitam a produção de frases mais complexas pelas crianças

O discurso da criança está cada vez maior!

Agora constrói frases longas

C: Agora vamos fazer uma sopa quentinha para minha menina...

Ampliando os enunciados

As construções verbais da criança se tornam mais complexas

Agora fala frases mais longas. Os especialistas dizem: Sim, os enunciados são maiores, os sintagmas nominais se expandem e os sintagmas verbais se desenvolvem.

Quem fez o que a quem?

Aos 4 anos, a criança é capaz de responder a essas perguntas

Os especialistas dizem: Por exemplo, uma cena com Nélson, Ruth e um boneco: 1. Nélson empurra, segura, joga, solta, vê, esconde... 2. Você chega e pergunta: “O que está acontecendo?” Ambos têm de explicar “quem faz o que a quem”.

A criança elabora frases complexas

Seu vocabulário é amplo e já sabe expressar emoções

E se atrapalham… Os especialistas dizem: Ruth (4 anos) já pode fazer isso bem. Conhece vários verbos (mais ou menos 50 verbos!) que expressam muitas coisas, como ter, mover ou atuar sobre os objetos e sabe como expressar atividades psicológicas sobre o que faz, pensa e sente.

Agente, ação e objeto

A criança é capaz de construir frases completas

Ruth pode dar uma boa explicação? Os especialistas dizem: Ruth pode expressar quem faz: Nélson ou ela mesma (eu, para mim, me, meu); o que se faz: com os verbos, ter , mover, etc.; e a quem faz: a um dos dois participantes. Assim Ruth diz: Nélson quebrou o meu boneco!

Diz a verdade?

Pensamentos e sentimentos fazem parte do discurso da criança

N: Mas, será verdade? Os especialistas dizem: Essa é outra questão! Então, Nélson (3 anos) reage e protesta. Para se sair bem terá de diferenciar o que foi feito da afirmação/opinião de Ruth.
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Explicar o que aconteceu

A criança tem a possibilidade de ampliar seus enunciados e fazer construções mais complexas quando é colocada diante do desafio de explicar algo que aconteceu

A criança identifica a ação

Que explica o que aconteceu

C: Quebrou!

A criança produz orações transitivas

O verbo transfere a ação ao complemento

É complexo o que têm de aprender! Os especialistas dizem: Acontece pouco a pouco. Agora as crianças começam a dizer as coisas de maneira mais completa. Explicam o que aconteceu através de enunciados que mostram que a ação “passa” de uma a outra: Da criança 1 → a criança 2 Criança 2: “Dani quebrou o cadarço!” A isso chamamos oração transitiva, porque os verbos “passam” sua ação ao complemento. Dani (criança 1) responde: “Quebrou sozinho!”

A criança produz orações intransitivas

O verbo não transfere a ação a nada ou ninguém

Ah! Agora me lembro! Também havia as intransitivas. Os especialistas dizem: Sim, essas se dão quando o verbo não passa a ação de uma pessoa ou coisa a outra, como dizia Dani: “Quebrou!”

O uso de verbos acusativos

Uma das primeiras formas da criança se expressar

“Então, ninguém fez nada a ninguém”. Os especialistas dizem: Exatamente! É como a negação de “quem faz o que a quem”. É uma das primeiras formas de expressão das crianças (“quebrou” – o fato isolado – aparece sem agente nem paciente). Estes verbos são chamados de não acusativos. N: Esse é fácil de lembrar porque não acusa ninguém.
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Ampliando as construções

Dos verbos acusativos à inclusão de sujeitos, objetos e circunstâncias às produções verbais

A criança produz vários tipos de construções verbais

Vamos conhecê-las

C: Você ri!

Orações intransitivas

O verbo não transmite a ação a ninguém

Está cada vez mais difícil! Os especialistas dizem: Bem, mas você está entendendo? Existem verbos que não passam a ação. Por exemplo: espirrar, chorar, sorrir, suar, tossir... Na linguagem infantil, devemos incluir quebrar, mover e cair, onde o esquema “quem (1) faz o que a quem (2)” muda: o quem (2) faz a si mesmo! Por exemplo: - O cadarço quebrou. - Quem o quebrou? Ninguém?!

Outras possibilidades de construções

A criança acrescenta um sujeito, um objeto e uma circunstância ao discurso

Para que serve esse esquema? Os especialistas dizem: Esse esquema serve para entendermos como funcionam as construções e também como elas podem ser ampliadas. Se partirmos da ação “quebrar”, podemos ampliar com um argumento-sujeito: “Dani quebrou”; um argumento-objeto: “Dani quebrou um cadarço”; e uma circunstância: “Ontem Dani quebrou um cadarço”.

A criança desenvolve a noção de tempo

E incorpora os termos dessa nova categoria ao seu discurso

Sim, já pode falar do passado. Os especialistas dizem: E também do futuro! Pode programar: “Amanhã vamos a uma excursão”.
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Explicar o complexo

As regularidades ajudam a entender as especificações ou circunstâncias das construções

A criança continua enriquecendo a sua fala!

Que elementos ainda podem ser incorporados em seu discurso?

C: Acho que Dani está doente.

As crianças demonstram atitude frente aos fatos

Frases que expressam opinião, comentário, dúvida

Pode continuar ampliando? Os especialistas dizem: Como comentamos, podemos agregar atitude frente aos fatos que expresse uma opinião, um comentário, uma dúvida: − Acho que “Dani está doente”. − Nunca duvidei que “Dani estivesse doente”. − Não tenho certeza de que “Dani estava doente”. − Me surpreendeu “Dani estar doente”.

A criança desenvolve recursos para explicar o complexo

Especificar, identificar, complementar

Ainda mais? Os especialistas dizem: Sim, podemos esclarecer outros elementos da cena: → especificando ou identificando a) os referentes: − “Uma criança que se chama Dani está doente”. − “Dani, o menino que está ali, esteve doente”. b) as circunstâncias (espaciais, temporais, causais): − “Ontem Dani estava doente”. − “Dani estava doente porque não colocou o casaco”. → Ou incorporando uma complementação: − “Maria disse que Ruth lhe explicou que Dani estava doente”.

O processo de construção verbal da criança é gradual

Registros gráficos facilitam a nossa compreensão

Assim, desenhando, se vê muito bem... Os especialistas dizem: Podemos ouvir e gravar, escrever e visualizar a língua. A visualização e o registro são muito didáticos. Maria disse que... Ruth explicou que... Dani está doente

As construções verbais dos enunciados seguem regularidades

O posicionamento dos termos nas frases

Os especialistas dizem: A partir do enunciado: Dani estava doente, complementa-se à esquerda ou à direita com especificações, circunstâncias ou condições. Os estudos mostram que há algumas regularidades para isso: causa ou consequência, geralmente à direita, condição ou tempo, geralmente à esquerda. Condicional > Temporal > Causal > Consecutiva