18 meses a 3 anos Gramática
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Erros e categorização

As frases e a concordância são aprendidas pouco a pouco.
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Fala frases do seu jeito

Os elementos gramaticais são aprendidos com o tempo e estão relacionados às oportunidades de participação das crianças em conversas com o adulto

Nem sempre é fácil entender o que a criança diz

A criança tem um jeito próprio de dizer as coisas

C: Pato gande. P: O que está falando sobre o pato grande? C: Me dá.

As crianças vão pouco a pouco construindo frases

Os elementos gramaticais são conquistados progressivamente

N: Se não estou olhando para Clenice, às vezes não entendo exatamente o que ela diz. Os especialistas dizem: Entre os 18 meses e os 3 anos as crianças vão aprendendo os elementos que formam as frases. Pela resposta de Clenice (“me dá”), vemos que ainda não diz explicitamente: • o sujeito: “você”; • o verbo: “dar”; e nem • o objeto indireto: “a mim”. Mas, de alguma maneira, esses elementos já estavam em sua mente.

Sujeito, verbo e objeto

Como essa aprendizagem acontece no tempo

Os especialistas dizem: As proporções são as seguintes: Idade → % de omissões de sujeito, verbo e objeto 18 meses a 2 anos → 32,8% 2 anos a 2 anos e 6 meses → 25,6% 2 anos e 6 meses a 3 anos → 6,6%

Crianças bem pequenas já refletem sobre a língua

A fala da criança revela muito sobre o que ela sabe

Quando diz “pato gande” ou “tero aga” está revelando quem. Os especialistas dizem: Sim! Nos idiomas romanos, o sufixo verbal informa pessoa e número. Quer o Quer es Quer Quer emos Quer eis Quer em Quando Clenice diz “tero” está indicando que é ela, e não outra pessoa, que quer água. Para poder marcar esse “quem” no verbo ela teve de registrar, de alguma maneira, que a primeira parte da palavra é constante e a segunda não.

Omissão do sujeito

Formas de expressão comuns nessa fase do desenvolvimento

Outro dia Clenice disse “coloca casaco” e ela o estava colocando. Eu perguntei “quem coloca o casaco” e ela me respondeu, toda contente, “eu sozinha!”.

Quando ainda é difícil conjugar verbos...

... nomear o sujeito é a solução

Os especialistas dizem: Nesse caso, Clenice não omitiu o verbo, mas o sujeito, pois usou a forma impessoal “colocar”. Algumas crianças solucionam a dificuldade de conjugar os verbos nomeando o sujeito. Ex: “menino coloca casaco”, “papai coloca casaco”.
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Concordâncias

Os erros de concordância são muito comuns entre as crianças pequenas

Erros de concordância

É comum as crianças cometerem esse tipo de erro nessa fase

Ontem me fez rir... Estávamos assistindo a um filme de circo e disse... C: Chegaram os ‘artistos’.

Quando a criança relaciona número e gênero

A probabilidade de erro diminui

Os especialistas dizem: Quando as crianças começam a relacionar o número (singular ou plural) e o gênero cometem poucos erros de concordância entre o nome e o adjetivo. Por exemplo, falam de: • “Flores amarelas”. • “Crianças pequenas”. • “Gato negro”. Vemos que tanto a concordância de número quanto a de gênero estão corretas.

Quando a criança relaciona nomes e adjetivos que não admitem relação de gênero

A probabilidade de erro aumenta

Os especialistas dizem: Fica mais difícil quando os nomes e os adjetivos não admitem relação de gênero (especialmente se há mudança de sexo). Erros comuns: Nomes: • “O pianisto” (o pianista). • “Uma cavala” (uma égua). Adjetivos: • “Facila” (fácil). • “Tristo” (triste).

A concordância verbal é muito difícil para a criança pequena

Muitas variáveis a considerar: número, pessoa e tempo

É o que acontece quando dizem que os gatinhos ‘bebem leites’? Os especialistas dizem: A concordância verbal é mais difícil para as crianças porque há muitas conjugações para indicar número, pessoa e tempo. Muitos erros ocorrem na correspondência entre nomes e verbos por utilizarem o verbo não marcado ou em um tempo equivocado. Ex: Professora: “Por que não veio ontem?” Criança: “Chove”. Os erros de concordância em nomes, como em “leites” ou “águas”, ocorrem em ocasiões em que as crianças pluralizam nomes não contáveis.