3 a 4 anos Discurso
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A narração

A criança aprende a falar sobre o passado e não apenas sobre o “aqui” e o “agora”.

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Raízes da narração

A narração exige o deslocamento do momento presente para a rememoração de uma situação vivida

O adulto faz um som para descrever uma ação ocorrida

A criança compreende porque vivencia o momento com ele

“Plaft! Caiu a torre!” Caiu!

O adulto explica um evento ocorrido

A criança reflete sobre o que ele diz

Por que você acha que caiu? Eu acho que foi porque a base não estava muito firme e você colocou uma peça e...

Explicar um fato sem narrar

A criança reflete sobre o contexto vivido com o adulto

Tento lhe explicar o que está acontecendo. Os especialistas dizem: Sim, o que pode ser feito de duas maneiras: 1. Uma orientada ao presente, onde a atenção é compartilhada: Por exemplo a expressão“Plaft!”, seguida de “caiu”, concomitantes ao acontecimento. Nessa condição não há narração, porque para ser narração deve estar divorciada da situação imediata para o narrador e para o ouvinte.

Explicar narrando

A criança reflete sobre o discurso feito pelo adulto

Mas nem sempre eu controlo essa condição. Os especialistas dizem: 2. Já a outra maneira, a narrativa, necessita de um deslocamento do presente e uma evocação do passado. Os recursos para a compreensão do que se diz não vêm do contexto, mas sim do próprio discurso.
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As narrações das crianças

O discurso narrativo surge da motivação da criança em falar de si e de suas experiencias vividas, paralelamente à aquisição da gramática

As crianças produzem discursos longos quando brigam

Vamos ver por que isso acontece

Foi você que quebrou o carro! Não fui eu, porque eu estava brincando com o caminhão e você estava com o carro. Ei! Crianças, não quero briga!

As crianças narram fatos quando discutem

São capazes de identificar acontecimentos e falar sobre eles

Quando brigam falam mais. Os especialistas dizem: Sim, as discussões de fatos recentes criam um bom contexto para aprender os rudimentos do fazer narrativo. Primeiro, as crianças aprendem a reconhecer os fatos discretos da experiência. Em seguida, aprendem como os mencionar em uma conversa.

A criança comenta sobre os fatos vividos

Já usam a gramática para construir discursos

Como a criança aprende a narrar

O “eu” é o centro motivador

Mas como se dá todo esse desenvolvimento? Os especialistas dizem: ➢ Em torno dos 3 anos se desenvolve um sentido psicológico do “eu” como centro de motivações, preferências, etc. ➢ Também emerge a memória autobiográfica do que é significativo para o “eu”. ➢ E a criança começa a conectar uma série de acontecimentos em suas narrativas. E a utilizar palavras como “porque” e “assim” para indicar causa e efeito, “antes” e “depois” para indicar o tempo relativo e “ontem” ou “domingo passado” para o tempo absoluto.

As crianças produzem narrativas longas

Como os adultos ajudam nesse processo

Parece que faz um discurso mais longo conosco do que com seu amigo. Os especialistas dizem: ➢ Com ajuda dos adultos, as crianças produzem narrativas mais longas com maior quantidade de informação novas e mais orientação de informações contextuais (onde e quando aconteceu algo). E melhoram o discurso ao identificar as pessoas e os objetos dos quais falam.
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Narrações pessoais

Como as relações causais e temporais, pautas sociais e habilidade narrativa interferem na conquista das narrações pessoais

Já explica o que fez

A criança narra uma sequência de fatos vividos

N: Onde você foi com o papai? Né: No zoológico! Tinha elefantes. Fomos num trem. E comi doces.

A criança possui uma memória de eventos

Aos três anos é capaz de narrar fatos vividos com a ajuda do adulto

Já é capaz de explicar o que fez! Os especialistas dizem: Sim, já é capaz de elaborar uma história sobre um tema, “ir ao zoológico”, e de encadear eventos. Antes se pensava que as crianças de 3 anos eram incapazes de se lembrar de fatos de suas vidas, mas estudos atuais mostram que elas podem ter uma memória de eventos, se esses se repetem e, também, se contam com a ajuda dos adultos.

Competências que a criança precisa desenvolver para elaborar narrativas pessoais

Vamos ver quais são elas

E o que é necessário para elaborar essas explicações? Os especialistas dizem: Três competências são necessárias: a) relações causais e sequências temporais: b) pautas sociais: e sentido do “eu”.

Relações causais e temporais, pautas sociais e habilidade narrativa

A que se referem tais competências

Os especialistas dizem: As relações causais e temporais são úteis para identificar quais acontecimentos vão juntos. As pautas sociais são representações dos acontecimentos frequentes (comer, tomar banho e vestir-se). A habilidade narrativa primeiro aparece na forma de histórias pessoais e implica um sentido do “eu”.
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Narrações de ficção

A criança aprende muito sobre o discurso narrativo ao ouvir a leitura de histórias de ficção

Já sabe contar histórias?

A criança diz de memória alguns trechos de histórias conhecidas

N: E aqui Chapeuzinho diz... Né: Vovozinha, que orelhas tão grandes você tem!

As narrações de ficção contribuem com desenvolvimento do discurso narrativo da criança

É capaz de reproduzir as falas dos personagens

Também aprende contos de memória. Os especialistas dizem: Sim, trata-se de narrações de ficção. Há diferença entre narrador e personagens. As crianças reproduzem o discurso dos personagens de maneira literal.

O desenvolvimento do relato pela criança

Domina a cronologia de eventos

Os especialistas dizem: A narração de eventos passados implica um deslocamento do “aqui e agora” para o “ali e então”. “aqui e agora” “ali e então” Esse deslocamento coincide com o desenvolvimento do relato, com a cronologia dos eventos: primeiro se explica o que aconteceu anteriormente.

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